TEOLOGIA

Israel: a Menina dos Olhos de Deus!

"Por que Deus escolheu a Israel para ser o seu povo?"

Caros irmãos, qualquer um que adentra as páginas da Bíblia se deparará com uma realidade basilar concernente a eleição e cuidado de Deus em relação a um povo. É impossível examinar a Palavra de Deus e omitir a nação de Israel.

Muito foi tratado e dito acerca desta predileção de Deus por Israel, muitos sentimentos foram expressos em favor e também contra qualquer proposição que faça menção a este peculiar modo de Deus agir em relação a este povo.

Secularmente, o panorâmico histórico de Israel impressiona qualquer estudioso das áreas políticas e geopolíticas devido a sua influência e atenção recebida no cenário econômico e político mundial.

Quanto a realidade Espiritual, algo salta aos nossos olhos e ressalta a vontade de Deus para este povo: “Deus formou a Nação de Israel para Sua Gloria”.

Na Bíblia temos a revelação do processo aplicado por Deus nesta formação, tanto no que se refere as qualidades e boas características demonstradas por este povo neste processo e também quanto as dificuldades e barreiras, culturais, antropológicas e religiosas encontradas no meio do povo escolhido.

No entanto, se tantas dificuldades como traição (Oséias 9:1), idolatria (Êx 32.1-6), apostasia (2 Reis 21:1-9 e 16).e outras atitudes deste povo foram tantas vezes diagnosticadas e relatadas nas páginas da Bíblia, duas perguntas emergem: qual o critério de Deus na eleição deste povo e qual a durabilidade desta aliança?

A resposta a estas perguntas podem ser encontradas no livro de Deuteronômio 7:7-9, onde a palavra de Deus nos diz: “Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas porque o Senhor vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito. Saberás, pois, que o Senhor, teu Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos.”

O texto nos revela algo de muita importância no relacionamento de Deus com a nação de Israel, sendo algo que podemos também estender às nossas vidas, ou seja, a escolha de Deus pelo seu povo não reside em critérios humanos de segurança e correspondência a benção projetada sobre o escolhido, e sim no amor de Deus, Ele que nos amou primeiro é o mantenedor e sustentador da nossa vitória.

É na fidelidade de Deus que reside a confiança de que a benção de Deus ainda esta sobre Israel, por isso devemos ter um olhar atencioso sobre os acontecimentos protagonizados por este povo.

Na historia desse povo vimos que primeiramente Abraão lança os fundamentos dessa fé correspondendo ao desafio de crer em Deus, Moisés, o legislador e profeta daquele povo, conduziu e proporcionou revelações e informações sobre Deus na medida em que prosseguiam debaixo dos propósitos de Deus e Davi leva até o povo o Coração de Deus, mas, além disso, a nação de Israel é o povo através do qual Jesus Cristo iria nascer .

Deus confirma que o Messias viria da linhagem de Abraão, Isaque e Jacó (Gênesis 12:1-3). Jesus Cristo é a razão final pela qual Deus escolheu Israel para ser o Seu povo escolhido. Jesus que é sacerdote universal, o “Logos”, veio sobre as marcas de um povo, e este povo escolhido por Deus foi Israel.

Portanto a fidelidade concedida na eleição de Deus sobre este povo está presente sobre Israel, até que no realizar dos planos Deus este povo seja remido pelo próprio Cristo.

"Não temas, ó vermezinho de Jacó, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu Redentor é o Santo de Israel" (Is 41.14).



Israel Boniek Gonçalves

boniekmg@yahoo.com.br

Graduado em Filosofia-UFSC

Mestre em Teologia-EST

Professor da FAEST






A Bíblia e a Ciência



“O Verdadeira Sabedoria e o Pseudo Saber”

Caro irmão e leitor, no limiar deste artigo, proponho que reflitamos acerca do real conflito estabelecido entre os saberes e suas fontes, como também de sua validade e fim a que se propõe. Por detrás das investidas feitas contra a Bíblia, oriundas de uma ciência divorciada do verdadeiro saber, está o arcaico desentendimento entre a “fé” e a “razão” (fides et ratio).

Mesmo que ambas constituam como que as duas asas pelas quais o espírito hu-mano se eleva para a contemplação da verdade, este conflito ocorre, uma vez que fe-chado em suas limitações o homem como ser pensante que é, buscará resposta para seus questionamentos, pois, foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer, para que, conhecendo-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio (cf. Ex 33, 18).

O problema então não é especificamente essa busca, mas sim como e onde ela ocorre, uma vez que com a modernidade o homem por sua cegueira espiritual e des-conhecimento da revelação, assume, de maneira prevalecida o papel de Deus. Neste contexto(moderno), temos como legado do Renascimento e posteriormente do Ilumi-nismo , as marcas do humanismo.

Nesta concepção de mundo, a vida é pautada no homem, sendo cada vez mais in-dividualizada, suplantando assim a figura de Deus pela figura do homem, ou seja, o homem é o centro do universo. Neste quadro, o que temos é a exacerbada exaltação do racionalismo, o otimismo cultural e a nova regra ontológica de verdade, ou seja, a “Ciência”. Neste âmbito é reafirmado “o homem como medida de todas as coisas” como disse o sofista Protágoras.

Portanto, uma vez que segundo esta forma de pensar o homem esta no centro de tudo, ele deve também dar respostas a todos os questionamentos e é neste âmbito que uma falsa ciência ganha força, pois ao negar a existência do transcendental, a origem destas respostas serão apenas racionais, dispensando assim a composição espiritual do homem (ITm 6:20).



Segundo Urbano Zilles, historiador das religiões, a filosofia moderna substitui o tema de Deus, central na filosofia medieval pelo tema homem. Com Descartes , realiza-se um retorno ao modo de filosofar dos antigos filósofos gregos, que ignoram qualquer revelação divina e investigam a realidade do mundo só pela luz natural da razão. Negando assim o que a Bíblia nos ensina acerca de como lidar com a ciência(2 Pedro 1; 5-6)

A Ciência e Suas Bases

Decorrente do novo sistema humano de desenvolvimento teórico concernente a o-rigem e atual estado do homem, desenvolvido primariamente pelos gregos e num perío-do posterior expandido por quase toda a civilização banhada pelo mediterrâneo e as re-giões que tinham em suas rotas contato com esta cultura, encontramos uma mudança significativa na forma de concepção e como conseqüência disso explicação dos fenô-menos experimentados pelos homens.

Este novo paradigma, é pautado no conhecimento que agora surge e rapidamente se consolida como a melhor das explicações, ou seja, o homem que ate então viveu buscando respostas para seus questionamentos existenciais, tem agora na razão um novo artifício que serve de base para oferecê-lo tais respostas.